segunda-feira, 12 de março de 2012

O Ponto

 O Ponto

O olho, o que vê?



Uma Tarde de Domingo na Ilha de La Grande Jatte (1884-1886)
Georges Pierre Seurat 


Se olharmos para o céu sem nuvens, podemos observar que o grande espaço da abóbada celeste parece salpicada de pontos luminosos: uns pequenos, outros grandes, uns dispersos, outros agrupados - são os astros, que se encontram a milhares de quilômetros de distância da Terra.
Também podemos encontrar o ponto na areia da praia, nas sardas do rosto de uma pessoa.....
O ponto atua como forma e desenvolve-se numa superfície limitada a que damos o nome de campo visual


Campo Visual - Superfície
limitada em que as formas
se desenvolvem





Quando no campo visual
não existem formas, dizemos
que é um campo vazio.





Observe com atenção, os diferentes aspectos que o ponto pode tomar dentro de um campo de visual.


Quanto ao aspecto gráfico os pontos podem estar dispostos:



Ao acaso


Ordenados


Quanto ao número de pontos que uma superfície contém, podem consider-se:

Dispersos




Concentrados


Saturados


Um pouco sobre Georges Seurat

Georges-Pierre Seurat nasceu numa abastada família burguesa em Paris, e estudou na Escola de Belas Artes, para onde entrou em 1878. O seu trabalho, influenciado pelos mestres da renascença, caracterizava-se por ser extremamente disciplinado e ordenado. Embora influenciado pelos impressionistas, apreciando os seus valores e, Seurat rejeitou a espontaneidade e a ausência de forma destes, e  reintroduziu a estrutura e a formalidade na pintura.   

A década de 80 foi um período florescente para as artes. Os jovens pintores sentiam-se excitados com a perspectiva do próximo século e, adoptando novas e científicas teorias da cor, procuravam criar um estilo moderno que expressasse bem essa nova época. Seurat não foi exceção, dedicou-se a técnica do impressionismo, assim como ao estudo da teoria da cor e à óptica. 
Georges Seurat contribuiu para a pintura francesa ao introduzir uma técnica mais sistemática e científica, chamada divisionismo ou pontilhismo a que ele chamou Pintura ÓpticaA técnica consiste em separar as cores nas suas componentes, de maneira que, em vez de serem misturadas como pigmentos e aplicadas à tela, são, desde que as vejamos à distância certa, misturadas pelo olhar. 
A técnica do divisionismo utilizada por Seurat deu origem ao neo-impressionismo e foi extensivamente utilizada na arte do século XX. Pode-se dizer que a teoria do divisionismo foi o precursor da televisão e da imagem digital.



Mais um pouco de ponto!

Joan Miró
Números e Constelações em Amor com Uma Mulher
numeros e constelacoes em amor com uma mulher joan miro 240x300 Joan Miró – Pintor e Escultor Surrealista



Joan Miró nasceu em Barcelona, na Espanha, em 20 de abril de 1893. Apesar da insistência do pai em vê-lo graduado, não completou os estudos. Freqüentou uma escola comercial e trabalhou num escritório por dois anos até sofrer um esgotamento nervoso. Em 1912, seus pais finalmente consentiram que ingressasse numa escola de arte em Barcelona. Estudou com Francisco Galí, que o apresentou às escolas de arte moderna de Paris, transmitiu-lhe sua paixão pelos afrescos de influência bizantina das igrejas da Catalunha e o introduziu à fantástica arquitetura de Antonio Gaudí.
     Miró trazia intuitivamente a visão despojada de preconceitos que os artistas das escolas fauvista e cubista buscavam, mediante a destruição dos valores tradicionais. Em sua pintura e desenhos, tentou criar meios de expressão metafórica, ou seja, descobrir signos que representassem conceitos da natureza num sentido poético e transcendental. Nesse aspecto, tinha muito em comum com dadaístas e surrealistas.
     De 1915 a 1919, Miró trabalhou em Montroig, próximo a Barcelona, e em Maiorca, onde pintou paisagens, retratos e nus. Depois, viveu em Montroig e Paris alternadamente. De 1925 a 1928, influenciado pelo dadaísmo, pelo surrealismo e principalmente por Paul Klee, pintou cenas oníricas e paisagens imaginárias. Após uma viagem aos Países Baixos, onde estudou a pintura dos realistas do século XVII, os elementos figurativos ressurgiram em suas obras.
     Na década de 1930, seus horizontes artísticos se ampliaram. Fez cenários para balés, e seus quadros passaram a ser expostos regularmente em galerias francesas e americanas. As tapeçarias que realizou em 1934 despertaram seu interesse pela arte monumental e mural. Estava em Paris no fim da década, quando eclodiu a guerra civil espanhola, cujos horrores influenciaram sua produção artística desse período.
     No início da segunda guerra mundial voltou à Espanha e pintou a célebre "Constelações", que simboliza a evocação de todo o poder criativo dos elementos e do cosmos para enfrentar as forças anônimas da corrupção política e social causadora da miséria e da guerra.
     A partir de 1948, Miró mais uma vez dividiu seu tempo entre a Espanha e Paris. Nesse ano iniciou uma série de trabalhos de intenso conteúdo poético, cujos temas são variações sobre a mulher, o pássaro e a estrela. Algumas obras revelam grande espontaneidade, enquanto em outras se percebe a técnica altamente elaborada, e esse contraste também aparece em suas esculturas. Miró tornou-se mundialmente famoso e expôs seus trabalhos, inclusive ilustrações feitas para livros, em vários países.
     Em 1954, ganhou o prêmio de gravura da Bienal de Veneza e, quatro anos mais tarde, o mural que realizou para o edifício da UNESCO em Paris ganhou o Prêmio Internacional da Fundação Guggenheim. Em 1963, o Museu Nacional de Arte Moderna de Paris realizou uma exposição de toda a sua obra. Joan Miró morreu em Palma de Maiorca, Espanha, em 25 de dezembro de 1983.


......e mais um pouco de ponto

Wassily Kandinsky
Several Circles, 1926



Kandinsky, Riding Couple, 1906


Kandinsky nasce dia 4 de Dezembro de 1866, em Moscovo, no seio de uma família, cujo chefe era negociante de chás. Em 1871, a família muda-se para Odessa. Os pais se divorciam e a tia de Kandinsky se escarrega de sua educação. Logo, de 1876 a 1885, Kandinsky recebe as primeiras aulas de desenho e música e em 1886 começa os estudos de Direito e Economia na Universidade de Moscovo.
Empreende uma expedição a Vologda, em 1889, no âmbito de um programa de pesquisa da "Sociedade de Ciências Naturais, Etnografia e Antropologia". Fica impressionado com a vigorosa arte popular do Norte da Rússia. Em 1892 Termina os estudos universitários com licenciatura em Direito. Casa-se neste mesmo ano com sua prima Anya Chimiakin. Torna-se assistente da Universidade de Moscovo em 1893. Tese de doutoramento "Sobre a Legalidade dos Salários dos Operários".
Em 1895 trabalha como diretor artístico da Editora Kucherev, em Moscovo. No ano seguinte rejeita um convite para ensinar na Universidade de Dorpat para se dedicar ao estudo de pintura. Muda-se para Munique e inicia estudos artísticos na Escola de Azbè.

Através de Azbè conhece o pintor Alexei Jawlensky e Marianne von Werefkin. Visita a exposição "Sesseção de Munique" e interessa-se pela Arte Nova. Em 1898, Kandinsk se esforça em vão para ser admitido na Academia de Arte de Franz von Stuck; continua a trabalhar independentemente.
No ano de 1900, se torna aluno de Franz von Stuck na Academia de Arte de Munique, tendo como colega Paul Klee. Em Fevereiro, expõe os Seus trabalhos em Moscovo, na exposição da "Associação dos Artistas de Moscovo". Em 1901, juntamente com Rolf Niczky, Waldemar Hecker, Gustav Freytag e Wilhelm Hüsgen, funda em Maio a Associação de Exposições e Artistas "Phalanx", sendo nomeado para o cargo de presidente da associação. No Inverno, é inaugurada a "Escola de Pintura Phalanx", dirigida por Kandinsky. Logo no ano seguinte, conhece a estudante de pintura Gabriele Münter. Acontece a Segunda exposição da "Phalanx". Kandinsky expõe na "Secessão" de Berlim. Terceira exposição da Phalanx, neste mesmo ano, com obras de Lovis Corinth e Wilhelm Trübner. Passa uma parte do Verão com a sua turma de pintura em Kochel.

Em 1903, na Sétima "Expoisição Phalanx" expõe quadros de Claude Monet. Após o encerramento da "Escola de Pintura Phalanx", Kandinsky é convidado por Peter Behrens para dirigir uma aula de Pintura decorativa na Escola de Artes e Ofícios de Dusseldórfia, recusando, contudo, o convite. Em 1904, na nona "Exposição Phalanx", dedicada a Alfred Kubin, Kandinsky expõe desenhos e xilogravura. 15 das suas obras são expostas na "Associação de |Artistas" de Moscovo. estuda a teoria das Cores. Kandinsky se separa da esposa em setembro; empreende inúmeras viagens com Münter. O seu Album de xilogravuras " Poemas sem Palavras" é publicado em moscovo. Ainda neste ano, Kandinsky tem sua primeira exposição no "Salão do Outono", em Paris, continuando a participar anualmente até 1910. Em Dezembro é realizada a décima segunda e última exposição de "Phalanx".
Participa na exposição da "Associação dos Artistas" de Moscovo. Torna-se membro da "Federação dos Artistas Alemães" em 1905. Expõe no Salon des Indépendants em Paris.
Em 1906 viaja com Münter para Paris, onde moram até ao final do ano. Expõe em inúmeras exposições, como o "Salão de Outono" em Paris, com artistas da "Brücke" em Dresden e da "Secessão" em Berlim. Apresenta 109 trabalhos no Museé du Peuple de Angers. Vive com Münter de Setembro de 1907 a Abril de 1908, em Berlim. Expõe seus trabalho de Março a Maio no "Salon des Indépendantes" de Paris. De meados de Agosto a finais de Setembro, Kandinsky, Münter, Jawlensky e Werefkin trabalham em Murnau.

Expõe no "Salão de Outono" de Paris e na "Secessão" de Berlim. No Dia 22 de Janeiro de 1909, funda a "Nova Associação dos Artistas de Munique". A primeira exposição realiza-se de 1 a 15 de Dezembro na Moderne Galerie Thannhauser de Munique. Começa a trabalhar na composição para o teatro "A Sonoridade Amarela".
Em Paris, publica a coletânea "Xilogravuras"; expõe no "Salon des Indépendantes". Faz as Primeiras pinturas sobre o vidro, inspuradas na tradição artística da Baviera. Primeiras "Improvizações".
No ano de 1910 faz a "Composição I". De Fevereiro a Março, trabalha novamente em Murnau. Durante a segunda exposição da "Nova Associação dos Artistas" (1 - 14 de Setembro na Neue Galerie Thannhauser) conhece Franz Marc. De 14 de Outubro até ao final do ano vive na Rússia; expõe 52 trabalhos no "Salão Internacional" de Odessa; Participa na exposição organizada por Larionow Valete de Ouros.
No ano de 1911, corresponde-se regularmente com Schönberg. Em 10 de Janeiro é demitido da presidência da NKVM. Juntamente com Marc e outros, participa na publicação de "Na Luta Pela Arte" como resposta ao panfleto de Carl Vinnen "Protesto dos Artistas Alemães". Faz os primeiros planos para o almanaque "O Cavaleiro Azul".

Na preparação para a terceira exposição da "Nova Associação dos Artistas" e o juri rejeita, dia 2 de Dezembro, a Composição V de Kandinsky. Durante o ano, Kandinsky, Marc e Münter retiram-se. Divorcia-se da esposa e em 18 de Dezembro, inauguração da primeira exposição "O Cavaleiro Azul" na Moderne Galerie Thannhauser. Na Editora Piper é publicada a obra" Do Espiritual na Arte". Faz a segunda exposição de "O Cavaleiro Azul", no ano de 1912, na Galeria Hans Goltz, em Munique (de 12 de Fevereiro a Abril, expõe apenas trabalhos gráficos). Em Maio, é publicado o almanaque "O Cavaleiro Azul".
Kandinsky participa em inúmeras exposições. Em Outubro, ocorre a primeira exposição individual na galeria "Der Sturm" em Berlim e em Novembro, em Roterdão. De meados de Outubro a meados de Dezembro, fica na Rússia; participa em diversas exposições: Valete de Ouros em Moscovo e "Pintura Contemporânea" em Jekaterinodar.
Em 1913, cria a "Composição VI" e "Composição VII". Participa na "Armory Show" em Nova Iorque. Faz estreitos contatos com Herwarth Walden; ensaio "Pintura como Arte Pura" é publicado na revista "Der Sturm" e as suas "Recordações" no álbum "Kandinsky 1901-1903"; participa nas exposições de "Sturm" e "Primero Salão de Outono Alemão". A Editora Piper publica os seus poemas em prosa "Sonoridades".

Durante 1914, expõe individualmente na Moderne Galerie Thannhauser em Munique e no "Circulo das Artes" em Colonia. Trabalha em quatro grandes quadros para a "villa" de Edwin A. Campbell, em Nova Iorque. No dia 1 de Agosto rebenta a 1ª Guerra Mundial; no dia 5 de Agosto foge com Gabriele Münter para a Suiça. Kandinsky escreve a composição para o teatro "Pano Roxo". No dia 25 de Novembro, parte para Zurique, passando pelos Balcãs em direção à Rússia; estabelece-se em Moscovo. De 1915 a 1916, no Inverno, encontra-se pela ultima vez com Münter em Estocolmo. Em 11 de Fevereiro de 1917, casa-se com Nina Andreevsky, filha de um general. Viaja, em Lua-de-mel, à Finlândia. Nasce o filho Vsevdod que falece em 1920. É co-fundador de um novo modelo da cena artística russa, em 1918; torna-se membro do colégio de artistas moscovita dirigido por Tatlin (futuro Departamente de Artes Plásticas do Comissario do Povo IZONARKOMPROS) e defende a posição de uma "arte absoluta".
A partir de Junho de 1919, se torna diretor do Museu da Cultura Pitónica em Moscovo (até Janeira de 1921); em Novembro, é presidente da Comissão Pan-Russa de Aquisições para os Museus do Departamento das Artes Plásticas do Comissáriado do Povo para a Formação Cultural (IZONARKOMPROS). No início de Dezembro, na primeira exposição estatal em Moscovo, quadros de Kandinsky, Kasimir Malevitch e El Lissitzky, são expostos ao lado de outros artistas russos. Em 1920, é co-fundador do INChUK (Instituto de Cultura Artística); a partir de Outono, se torna diretor do atelier SUOMAS (Ateliers Estatais Técnicos-Artísticos). Expõe 54 trabalhos na XIX Exposição do Comité de Exposições Central Pan-Russa em Moscovo. No Outono, agravamento do conflito com Rodchenko. No início de 1921, deixa o INChUK e os ateliers de pintura monumental.

Em 1921 colabora na organização de RAChN, a Academia Russa das Ciências Artísticas, dirige o departamento de psicologia; designado vice-presidente. Dirige aqui o atelier de reproduções. Em Dezembro de 1921 regressa à Alemanha. No ano de 1922, em Junho, Kandinsky muda-se para Weimar e inicia a atividade em Bauhaus. Publica a coletânea fr trabalhos gráficos "Pequenos Mundos" na Bauhaus de Weimar. Faz murais para a Exposição de Arte Sem Júri em Berlim. Os trabalhos de Kandinsky estão patentes na "Primeira Exposição Artística Russa" na galeria van Diemen, em Berlim. No ano de 1923 produz a primeira exposição individual em Nova Iorque, na "Société Anonyme" (K. Dreier e M. Duchamp). Klee, Kandinsky, Jawlensky e Feininger aderem ao grupo "Os Quatro Azuis". O grupo expõe nos EUA neste mesmo ano. Muda-se de Bauhaus para Dessau. É fundada a Sociedade Kandinsky em 1925.
Em Munique, é publicado o segundo trabalho teórico importante de Kandinsky "Ponto e Linha em Relação à Superfície", durante 1926. O primeiro número da revista Bauhaus é dedicado a Kandinsky, por ocasião do seu 60º aniversário, para além de uma retrospectiva da sua obra em várias cidades alemãs e européias.
Kandinsky toma aulas livres de pintura na Bauhaus, em 1927. No Verão, estada com Schönberg e sua esposa no Wörthersee, Áustria. Em Março de 1928, adquire a nacionalidade alemã. Apresenta peça de teatro sobre "Quadros de uma Exposição" de Mussorgsky no Friedrich-Theater em Dessau. Em 1929, tem a primeira exposição individual de aquarelas e desenhos em Paris, na Galeria Zack. Viaja à Paris e à Itália durante 1930. Se corresponde com o grupo de artistas "Cercle et Carré" em Paris e participa na exposição com o mesmo nome.
P. Schulze-Naumburg remove os trabalhos de Kandinsky, Klee e Schlemmer do Museu de Weimar. Muda-se de Bauhaus para berlim, de 1932 a 1933. Em Julho, encerramento definitivo de Bauhaus. Em finais de Dezembro, muda-se para França.
No ano de 1934, contata com o grupo "Abstraction-Création"; expõe na Galerie des Cahiers d'Art. Encontra-se com Constantin Brancusi, Robert e Sonia Delaunay, Fernand Léger, Joan Miró, Piet Mondrian, Antoine Pevsner, Hans Arp e Alberto Magnelli. Participa nas exposições "Abstract and Concrete" (Londres) e "Cubism and Abstract Art" em Nova Iorque. Os quadros de Kandinsky são expostos na exposição "Arte Degenerada" em 1937; 57 das suas obras são apreendidas de museus alemães. De 1938 a 1939, PArticipa na exposição "Abstracte Kunst" no Stedelijk Museum em Amesterdão; escreve o artigo "Abstract or Concrete" para o catálogo. Kandinsky e a esposa adquirem a nacionalidade francesa. Termina a sua ultima e grande Composição X.
Kandinsky expõe pela ultima vez na galeria L'Esquisse, em Paris, no ano de 1944. Em 15 de Dezembro de 1944, morre de arterosclerose, em Neuilly-sur-Seine, aos 78 anos de idade.


Para completar nossos pontos......

Yayoi Kusama – A artista fanática por pontos e bolas

Sabe quem é Yayoi Kusama? Não sabe? Então te conto! É considerada uma das grandes artistas pop japonesas que tem uma história de vida incrível, cheia de altos e baixos, mas que nem de longe, ofusca sua bela arte contemporânea, conhecida como Polka Dot. Hoje, aos 82 anos, a artista continua a fazer suas artes.
Seu trabalho é uma mistura de diversas artes como, colagens, pinturas, esculturas, arte performática e instalações ambientais, onde é visível uma característica que se tornou a marca da artista: A obsessão por pontos e bolas.

Em todas as suas artes, que possuem um quê de surrealismo, modernismo e minimalismo, podemos notar o padrão de repetição e acumulação.
Transtorno Obsessivo Compulsivo transformada em arte
Além disso, Kusama também se embrenhou na arte da literatura, com romances e poesias, escritas em 13 livros. Alguns dos seus romances são considerados chocantes e surrealistas, com personagens fortes como prostitutas, cafetões, assassinos, auto retrato de si própria como Shimako, enlouquecida emFoxgloves Central Park.

Veja um pouco sobre sua vida e sua arte

De onde vem tanta criatividade? Tudo indica que é devido à esquizofrenia, que a fazia ter uma percepção e uma visão diferente da realidade em que vivia. Segundo ela mesma conta, ela sempre foi atormentada por visões distorcidas, que a faziam enxergar bolas e pontos.
Muitas de suas obras retratam abóboras, uma paixão da artista
Yayoi nasceu em 22 de março de 1929 em Matsumoto-shi (Nagano Ken) e desde a infância sofre com alucinações. Sua relação com sua mãe não era nada boa. Segundo Yayoi conta, sua mãe era uma mulher de negócios e que jamais aceitou a veia artística da filha, chegando até a agredi-la fisicamente diversas vezes por causa disso.Isso pode ter ajudado a piorar o quadro psíquico de Yayoi, assim como gerou uma grande instabilidade emocional. Como forma de “fuga da realidade” , desabafo e também para mostrar às pessoas como era o mundo que ela enxergava, ela passou a se expressar no papel usando guache, aquarela e tinta a óleo, as bolinhas ou pontos do infinito, como ela também costuma chamar.

Como ela mesma diz:
Minha arte é uma expressão da minha vida, sobretudo da minha doença mental, originário das alucinações que eu posso ver. Traduzo as alucinações e imagens obsessivas que me atormenta em esculturas e pinturas. Todos os meus trabalhos em pastel são os produtos da neurose obsessiva e, portanto, intrinsecamente ligado à minha doença. Eu crio peças, mesmo quando eu não vejo alucinações, no entanto.


Yayoi Kusama com seu estilo próprio, onde até suas roupas tem bolas
Com o tempo, passou a preencher pisos, paredes, telas, objetos e até pessoas com seus pontos. Em toda e qualquer arte de Yayoi, podemos “sentir” seu surrealismo misturadas a visões alucinatórias, porém de forma leve, alegre, colorido. Muitas pessoas que sofrem de doenças mentais como esquizofrenia e outras tantas doenças, podem possuir um talento indescritível em alguma área ou arte.
No caso de Yayoi, além das alucinações, muitas vezes suicida, ela ainda passou a ter TOC, ou seja, as bolinhas e pontos, se tornou uma verdadeira obsessão, que reflete em tudo que venha da artista, não só em sua arte como também no seu visual, que chama muita atenção, mesmo hoje em dia, com mais de 80 anos.

Aos 27 anos, Kusama, resolveu ir para os Estados Unidos, a pedido de uma grande amiga e artista, Georgia O’Keeffe. Nessa época, o Japão ainda se recuperava da guerra e Kusama percebeu que lá fora, ela poderia exercer sua arte e ganhar mais reconhecimento. Em Nova Iorque, ela trabalhou com grandes nomes da Arte Moderna e Contemporânea como Andy Warhol, Joseph Cornell e Donald Judd e logo passou a liderar o movimento da vanguarda.Par
ticipou de diversas exposições de arte a céu aberto no Central Park eBrooklyn Bridge, muitas vezes envolvendo nudez. Engajou-se numa campanha contra a guerra do Vietnã e foi, ou melhor, continua sendo, uma grande simpatizante na luta dos homossexuais por seus direitos na sociedade.
Enfim, sempre foi uma mulher à frente do seu tempo, feminista, moderna e revolucionária por natureza.Em 1973, Kusama, resolveu retornar ao Japão por problemas de saúde. Seu transtorno obsessivo tinha se agravado, e assim se internou em um Hospital Psiquiátrico e lá vive até hoje por vontade própria, apesar de usar seu apartamento há poucos minutos do Hospital como ateliê para sua mente inquieta e sem limites.Suas obras, que já chegam a milhares, podem ser vistas não só em museus no Japão e Nova Iorque como em várias partes do mundo, como Venezuela, Singapura, Espanha e até no Brasil.A obra Narcissus garden Inhotim (2009), pode ser encontrada no Centro Cultural Inhotim, em MG. São dezenas de grandes esferas prateadas, que ficam na superfície da água e que podem ser movidas conforme a ação dos ventos.
Narcissus garden Inhotim
Essa obra é uma réplica/versão da escultura que fez em 1966 para participar da Bienal em Veneza, onde ela espalhou 1500 esferas espelhadas e as vendia por 2 dólares. Entre as bolas, havia placas com os dizeres ” Seu narcisismo à venda”. Era uma forma que ela encontrou para criticar ao sistema das artes.Suas obras possuem um valor inestimável, como podemos perceber por essa obra abaixo, vendida pela galeria Christie New York pela bagatela de US $ 5,1 milhões, um recorde para um artista vivo do sexo feminino. Veja a obra na foto abaixo:
Considerada louca por alguns, o que se pode dizer de Yayoi Kusama é que mesmo na sua loucura e em seus desvarios, ela encontrou na arte, a fuga e o tratamento da sua doença, se tornando um dos grandes nomes da Arte Pop, ainda em vida. Como ela mesmo diz: Se não fosse sua arte, já teria se matado há muito tempo.





E um videoart pra ilustrar: Tentei colocar só a musica, mas não consegui, porém é um bom exemplo de vídeo contemporâneo, para vocês darem uma olhadinha! Prestem atenção nas performances e nas diversas linguagens deste vídeo. Lembrem-se do que eu falei: A arte contemporânea é híbrida!!!




4 comentários:

  1. Adriele Brandani - 8° A

    Muito legal a forma que a yayoi kusama faz as suas obras, e maneira que ela encontrou de expressar o modo que ela vê o mundo.
    E também a obra do Georges Pierre Seurat, e como ele faz os pontos formar desenhos e ate mesmo parecer que esta contornado.

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  2. Ana Lidia 9ºD
    Yooooo, Eu Aqui xp
    Adorei o modo como a Kusama-san vê as coisas sério mesmo achei meio estranho também, mas enfim xp, gostei das artes delas em parte. ><
    Já o Kandinsky é muito legal o jeito que ele pinta seus quadros, creio que ele era bastante paciente,pois, eu não teria paciência para pintar algo como o quadro Riding Couple dele.

    Vlw Kissus e saido aqui! ^^

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